segunda-feira, 21 de junho de 2010

Violência no Corpo e Violência na Mente: Considerações

Autor: Junio Luis Ferreira Sena

O objetivo do autor foi desenvolver uma compreensão psicológica e psicanalítica dos fenômenos sociais que contribuem para diferentes formas de violência contra o adolescente e praticadas por ele.

Para Levisky (1998, Apud RANNA, p. 65), a violência está presente em vários acontecimentos, dos explícitos aos invisíveis. Para concluir, ele define a violência como sendo a negação de um sujeito pelo outro, numa relação em que a subjetividade singular de cada sujeito é restringida ou apagada.

Os fenômenos sociais absorvidos pela psique do ser humano são tratados pela medicina através de práticas alternativas, principalmente quando os sintomas são manifestados através do corpo. A esta manifestação de sintomas de origem psicológica dá-se o nome de somatização ou fenômenos psicossomáticos. Levisky (1998, Apud RANNA, p. 67), explica que o fenômeno psicossomático seria uma disfunção do corpo biológico em conseqüência de uma falha na organização pulsional de ordem falha na inscrição representativa.

Os estudos mostram que existe uma associação entre a somatização e os comportamentos de risco do indivíduo. Os problemas psicossomáticos são explicados por diversos autores como sendo problemas advindos de traumas ocorridos nos primeiros anos de vida dos indivíduos.

O autor mostra que a tendência à somatização aponta para insuficiências constitutivas nos processos de organização pulsional e, de forma resumida, coloca três tipos de desarmonia nas relações objetais, que estão implicadas nessa tendência:
1ª O filho de mãe depressiva, ausente ou deslibidinizada;
2ª O bebê de mãe impulsiva e agressiva, com grande desorganização em sua guarda.
3ª O bebê de mãe só presença, que não vivencia a ausência ou a falta.

O processo descrito acima está co-relacionado ao desenvolvimento do indivíduo, que, a adolescência pode vir a ser caracterizada por traumas na medida em que o lado psicosexual amadurece com as falhas da organização pulsional.

A somatização nada mais é do que o corpo se manifestando “pedindo socorro” devido à absorção de problemas pela psique dos indivíduos, que diante das falhas pulsionais omite seus sintomas. Levisky (1998, Apud RANNA, p. 69), afirma: O infame é o que não fala e por não falar somatiza de forma mortífera. Para ele, o adolescente funciona da mesma forma, são representados pelos antigos bebês hiperativos, insones, agressivos e doentes nos ambulatórios com os mesmos problemas, após um tempo de calma pulsional da latência (oculto).

Para a criança e o adolescente, a desestruturação nas bases da família pode trazer problemas sérios em um futuro não muito distante. Absolvendo os problemas cotidianos em famílias desestruturadas, a criança ou o adolescente, que na maioria das vezes apresenta-se como espectador nulo “sem fala”, somatiza os problemas ao ponto de alcançar o ápice psicossomático, caracterizado por Wagner nestas três colocações:
1ª Quando a pulsão de morte se dissocia da pulsão de vida, a tendência é a destruição, que se manifesta na ação e no corpo, como, condutas anti-sociais, autodestruição, drogadicção, e nas somatizações.
2ª A indisciplina não deve ser considerada como problema disciplinar, apenas como uma conduta que tem um sentido na subjetividade.
3ª A subjetividade, a riqueza imaginária e fantasmática são importantes na construção do sujeito.

Levisky (1998, Apud RANNA, p. 73), expõe que a desigualdade econômica traz duas situações para o problema até então discutido: a dos sujeitos que vivem a falta da fala: tudo se tem, tudo se pode, nada é preciso desejar; e a dos que onde a falta é radical. Sendo assim, é notório salientar que os extremos vivenciados na construção do indivíduo são males que desequilibram os processos psicológicos, sendo a violência, reflexo desse desequilíbrio. O autor considera:

As coisas fundamentais devem ser apenas suficientemente boas, pois, a ausência e a falta vivenciadas em graus suficientes estão na base de uma organização psíquica, com boas possibilidades de adaptações às inevitáveis dificuldades da vida, para as quais a criatividade humana ainda é a melhor alternativa contra a violência. Levisky (1998, Apud WINNICOTT, 1978, p. 67).

Bibliografia

LEVISKY, David Léo. Adolescência: Pelos caminhos da violência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Seleção, Formação e Capacitação do Homem de Inteligência

Primeiramente, é notório saber que o homem de inteligência é um individuo ligado a uma determinada organização que necessita de um trabalho especifico, no caso, uma “atividade de inteligência” ou “serviço de inteligência”. Contudo, tal indivíduo necessita ser selecionado e capacitado para exercer esta atividade, uma vez, que esta, demanda uma notória capacidade intelectual a acima de tudo, possuir condição de fidelidade à organização.

A capacidade intelectual faz-se necessária uma vez que o mundo das informações e do conhecimento esta sempre em constate mutação, logo, a expertise do conhecimento deste indivíduo não pode em momento algum ser estática, ela deve ser tácita, ou seja, além das habilidades técnicas, precisa-se da prática, e isto leva certo tempo para se adquirir.

É fundamental ter sempre claro que a atividade de inteligência possui base sólida denominada a “tríade da inteligência”, que se fundamenta a partir de seus pilares, sigilo, legalidade e ética. Concomitantemente, o homem da inteligência deve necessariamente atuar respeitando e cultuando tais conceitos, como o norte que o guiará em suas diversas empreitadas.

Algumas questões devem estar bem claras para o melhor entendimento desta dissertação, como por exemplo, qual a finalidade de uma organização quando esta contrata uma pessoa capacitada para atuar na inteligência?
A primeira resposta está diretamente ligada à necessidade de um trabalho investigativo, de acordo com Luiz (IPONEMA, 1996): “Investigação, portanto, é o trabalho executado, normalmente, pelo investigador, procurando esclarecer detalhes de fatos, com a preocupação de identificar pessoas com eles relacionadas”. Para tal, e como segunda resposta, é que se faz necessário para a organização, o emprego de um profissional dotado de habilidades específicas, que, assegurará o sucesso da missão sem futuros ou possíveis prejuízos, com relação à imagem, segurança e legislação.

Ainda lançando mão dos ensinamentos do professor Iponema, é notório destacar que o ato de investigar exige do profissional: “inteligência, criatividade, perspicácia, percepção e persistência”.

As organizações especializadas em formar profissionais para atuar na área de “Inteligência” possuem em sua grade curricular alguns pré-requisitos fundamentais para a escolha do candidato à profissão. Luiz Iponema elenca as seguintes qualidades que devem estar presentes nos profissionais de inteligência:

Vigor físico: Por que não terá hora certa para o seu trabalho de investigação, nem dia certo da semana. Poderá até trabalhar várias noites.
Autodisciplina: Porque vai enfrentar situações que o testarão no seu controle interior.
Rapidez de raciocínio: Porque deve ter soluções para cada nova que se apresente durante as investigações.
Inteligência: Porque deve perceber de imediato qualquer informação que chegue a seu conhecimento.
Autoconfiança: porque enfrentará tudo sizinho. Confiando somente em suas potencialidades pessoais.
Habilidade de expressar-se: Porque vai contatar com todas as espécies de pessoas de níveis sociais bem diferenciados.
Discrição: Porque deve manter o mais absoluto sigilo de tudo o que faz ou que pretende fazer.
Capacidade de observação: Porque nada lhe poderá passar despercebido por onde andar.
Bom senso: Porque nem sempre o óbvio acontece.
Iniciativa: Porque percorrerá caminhos inéditos e poderá enfrentar surpresas que exigirão decisões imediatas.
Perspicácia: Porque o delinqüente é inteligente e criativo.
Engenhosidade: Porque deve criar suposições muitas vezes consideradas impossíveis.
Boa memória para nomes: porque vai lidar com um número considerável de pessoas. (IPONEMA. 1996, 2. Ed. P. 13).

Avaliando estas habilidades,é mister o fato de que este candidato possua uma virtude muito importante que está no fato de poder lidar com as frustrações. É notória esta observação, uma vez que, pode ocorrer do agente de inteligência não conseguir fechar sua missão com o êxito esperado, por fatores que podem fugir das condições esperadas e de sua habilidade naquele dado momento, mas, podendo servir como forma de aprendizado se for detentor de tal virtude.

As prerrogativas supramencionadas são características que o homem de inteligência deve ter consigo antes mesmo de ser pretendente à profissão de “inteligência” ou investigação. É certo que algumas delas podem ser desenvolvidas durante um intensivo e bom treinamento, mas a maioria, são qualidades específicas que nem todas as pessoas detém, tratando-se de algo inerente à personalidade do indivíduo, ou seja, sua subjetividade. Na conjuntura atual vale ressaltar que a “competência digital” é uma área do conhecimento que o agente da “inteligência” deve ter e manter-se sempre em processo de reciclagem.

Após está pré-seleção, o homem de inteligência será submetido a um treinamento que o colocará em condição de agir de acordo com as seguintes atribuições delimitadas pelo professor Iponema:

• Capacidade de harmonizar o seu caráter com o entrevistado.
• Não deixar que suas emoções se envolvam em qualquer situação.
• Não prejulgar.
• Subjugar todos os preconceitos.
• Receber e considerar todas as informações.
• Aplicar todas as suas faculdades, visando tão o seu objetivo oficial.
• Saber aplicar truques quando necessário.
• Considerar sempre o suspeito como inteligente.
• Evitar zombarias e atitudes desdenhosas.
• Não citar personalidades, religião, política e assuntos controversos.
• Ser um bom ouvinte.
• Ser sério, paciente e persistente.
• Demonstre autoconfiança.
• Não gritar.
• Não ser arrogante.
• Cumprir todas as promessas.
• Ser justo.
• Não menosprezar as pessoas.
• Não demonstrar nervosismo.
• Tentar conquistar a confiança da pessoa.
• Procurar falar a altura e empregar as mesmas formas de expressão da pessoa.
• Observar atentamente os mínimos gestos, expressões faciais e cacoetes da pessoa.
• Influenciar pela amabilidade, não descurando a firmeza. (IPONEMA. 1996, P. 38).

Concluindo, pode-se afirmar que a seleção para a escolha do homem que atuará na “inteligência” é uma “peneira” muito fina, haja vista a condição minuciosa que tal atividade requer, devendo estar sempre presente a disciplina, hierarquia, respeito e ética. Tais requisitos são fundamentais para o alcance íntegro dos objetivos organizacionais, uma vez que, o mundo globalizado exige cada vez mais do intelecto de dedicação dos envolvidos neste contexto.

Autor do texto: Junio Luis Ferreira Sena

Bibliografia:
IPONEMA, Luiz. Investigações sigilosas na empresa. 2. Ed. Porto alegre: 1996.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Álcool, Crime e o Sistema Prisional Brasileiro

Álcool, Crime e o Sistema Prisional Brasileiro

Este texto visa abordar questões relacionadas ao álcool, o crime e fenômenos observados na da prática funcional do Sistema Prisional Brasileiro. A princípio, é importante destacar o papel do álcool na sociedade, como sendo uma droga lícita e bastante consumida no mundo, mas que, como qualquer outra droga ilícita, tem o potencial de provocar diversos problemas a serem encarados e tratados pelos órgãos de saúde pública.

Partindo do princípio legal, a condição de licitude do consumo e venda de bebidas alcoólicas reduz por um lado um problema criminal relacionado a esta pratica, mas abre um grande leque de discussões relacionadas à sua possível ligação com os fenômenos criminais. Tendo o álcool relação ou não com a criminalidade o que esta dissertação explorará são os eventos concretos onde o a presença do consumo de álcool pôde ser detectada, tendo como objeto de análise a observação do ambiente prisional.

Antes de entrar nas questões supramencionadas é relevante considerar outros fatores de ordem não-criminal que da mesma forma relacionam-se com o consumo de bebidas alcoólicas. Dando um enfoque contemporâneo a esta questão, é notório ressaltar o papel das pressões do mundo moderno sobre a sociedade, tendo a globalização como evolução do processo capitalista tão impactante na vida das pessoas. A falta de tempo ou o corre-corre do dia-a-dia que leva os indivíduos a deixarem de observar suas demandas físicas, emocionais e psíquicas gera um sobrecarga devido à acumulação destas demandas, que, dependendo da interferência de fatores como, a genética, o meio social, condição biológica e cultural, poderão exercer forças para provocar a aproximação do indivíduo às drogas, como forma de amenizar tais pressões. “Hoje, entende-se o alcoolismo como um fenômeno emergente, que surge em uma rede causal complexa, onde interagem fatores biológicos, genéticos, sociais, culturais e psicológicos, sendo compreendido como uma doença” (Edwards ET alii, 1999).

Como se pode perceber vários são os fatores que podem dar ensejo ao uso das drogas, assim como estes mesmos fatores podem abrir portas para o mundo da criminalidade. A dicotomia deste assunto é palco para diversas discussões no campo científico, assim como narra Harold, “Aceita-se, em geral, que o mau uso do álcool etílico está relacionado ao crime. Contudo, tal a ssociação é de difícil execução, porque, além de boa parte dos estudos serem retrospectivos, baseados nos relatos dos próprios apenados, o comportamento criminoso é complexo e multifatorial” (Harold, 2000).

Ainda tratando do uso do álcool como sendo uma doença é importante destacar alguns conceitos científicos. Em 1960, estudiosos elaboraram uma espécie de tipografia do alcoolismo:

Tipo alfa: o álcool é utilizado como uma forma de “tratar” o desconforto. Não há o beber excessivo ou descontrolado;
Tipo beta: O alcoolismo é manifestado por complicações físicas, mas não ocorre dependência e síndrome de abstinência;
Tipo gama: O alcoolismo é manifestado por tolerância, beber descontrolado e sintomas de abstinência;
Tipo delta: esta fase é similar ao tipo gama, mas o alcoolista não consegue manter nenhum período de abstinência;
Tipo ípsilon: esta fase é o alcoolismo periódico, caracterizado pela ingestão maciça e intermitente de álcool, como na dipsomania (Jellinek, 1960).

A ingestão exacerbada de álcool etílico sobrecarrega demasiadamente o sistema de saúde pública devido às complicações orgânicas, psicológicas e nos casos de acidentes com histórico relacionado ao uso de álcool. “O consumo excessivo do álcool pode causar desde euforia, diminuição da atenção, prejuízo do julgamento, irritabilidade, agressividade, depressão, labilidade emocional, redução do nível de consciência e, eventualmente, coma” (janicak et alii, 1995).

Falar de questões relacionadas ao uso de álcool e suas conseqüências no sistema prisional brasileiro envolve todo o contexto que movimenta esta máquina, seja no que se refere aos presos, ou no que tange atividade prisional como fatos de risco para prática do consumo de álcool.

O ambiente carcerário, em sua totalidade, é provido de histórias e momentos de sofrimento devido às péssimas condições de encarceramento no qual o preso brasileiro é mantido. Concomitantemente ao encarceramento, este ambiente conta com o somatório de indivíduos dentes, da reincidência ao crime, da corrupção, do abandono, etc. O servidor do sistema prisional é o indivíduo que faz a “ponte” entre o preso e todas as políticas públicas voltadas às demandas do sistema. Sendo assim, este indivíduo está sempre em constante contato com todas as mazelas contidas neste ambiente, ou dele provida. É fato, a existência de inúmeras profissões estressantes, mas neste caso o enfoque é dado a esta, devido, não só à grande pressão sofrida pelo profissional, mas também, à constante relação entre drogas e criminalidade nos presídios.

O profissional do sistema prisional é lançado à sorte dentro dos presídios, devido à falta de uma devida assistência médica e psicológica, que possa aferir os níveis de estresse sofrido pelo agente e o quanto ele pode suportar para a garantia de uma boa qualidade de vida. Logo, a falta de atenção, quando somada à sobrecarga de estresse, abre diversas portas para diversos tipos de comportamentos e atitudes prejudiciais, neste caso, o álcool, por ser uma droga lícita, é em grande parte das vezes, utilizada como válvula de escape para um pseudo alívio dos problemas sofridos. De acordo com o Ministério da justiça: “Casos de alcoolismo são freqüentes entre os profissionais da área de segurança pública. É muito complicado lidar com o alcoolismo porque, de certa forma, aparentemente, entre os profissionais sob estresse, esta doença é até tolerada” (SENASP/MJ, 2009). Tal prática acaba dando origem a um processo do tipo “bola-de-neve”, já que as origens não são tratadas e os meios continuam sendo os mesmos. Se uma intervenção clínica e psicológica não for feita, este profissional provavelmente passará a ser vítima de seu próprio ambiente de trabalho.

Várias intervenções poderiam servir como circunstâncias amenizadoras dos problemas enfrentados pelos agentes penitenciários, dentre elas, talvez, a primeira, seria a diminuição ao máximo possível no contato do servidor com o ambiente prisional, através de um rodízio maior em suas escalas de trabalho, colocando o profissional em contato maior com seus familiares e com atividades opostas às desenvolvidas no trabalho. Outra alternativa somatória seria um efetivo trabalho técnico dentro dos presídios, capaz de identificar os pontos críticos de estresse e trabalhar para mitigá-los. Enfim, o certo, é que tal profissão é realmente insalubre para quem a desenvolve e, que, o consumo de álcool, assim como para qualquer indivíduo detentor de problemas advindos dos diversos motivos antes mencionados, deve ser encarado como um fator de risco a estes profissionais.

Dentro das celas a realidade acerca do uso de drogas nos mostra uma forte relação, talvez pelo confinamento, na busca por um suposto alívio, ou talvez pela dependência adquirida em outros momentos da vida em liberdade. O certo é, que, apesar de qualquer que seja a droga ilícita ou não, dentro dos presídios elas são todas proibidas pela Lei de Execução Penal – LEP, mas, várias são as tentativas para burlar esta lei. Devido à fiscalização constante nos presídios, foi desenvolvida pelos presos uma mistura fermentada de cereais e cascas de frutas cítricas, chamada: “Maria louca”, esta mistura tem como princípio de fabricação os mesmos utilizados na fabricação de bebidas destiladas e possui capacidade similar de embriaguez.

Paralelamente a esta prática, têm-se outras tentativas, como: Bebida alcoólica misturadas em refrigerantes enviados por visitantes, entrada via corrupção, etc.
O fato, é que, todas estas manobras feitas para burlar a legislação promotora da legislação penal estão diretamente ligadas à dependência física e psicológica advinda do consumo de álcool etílico, caracterizando problemas de ordem legal e de saúde pública dentro dos presídios.

A abstinência e as tentativas para amenizá-la fazem com que os profissionais de segurança se deparem com diversas situações que exigirá cuidado e tática para garantir a ordem no interior dos presídios. Podendo citar algumas: O comércio ilegal a fim de angariar recursos financeiros para alimentar a compra e venda de drogas, acerto de contas podendo levar à morte como conseqüência, aumento na demanda nos atendimentos de saúde, taxas elevadas na prescrição médica de medicamentos controlados visando aliviar as tensões causadas pela abstinência, violência, etc. Para esclarecer um pouco mais sobre o problema da abstinência, fazem-se as palavras de Seibel:

O quadro clínico que se inicia após a cessação ou redução abrupta do consumo crônico e intenso do álcool. Pelo menos dois dos seguintes critérios devem existir: hiperatividade autonômica; tremor das mãos; insônia; náuseas e vômitos; ilusões ou alucinações transitórias; ansiedade; convulsões do tipo “grande mal”; agitação psicomotora (Seibel, 2001).



Enfim, os problemas relacionados à transgressão da Lei de Execução Penal nos presídios devido ao consumo e conseqüentemente a venda de drogas, não está só relacionado à movimentação financeira do tráfico de drogas, mas também, pelas questões inerentes à saúde física e psíquica dos presos dependentes do álcool etílico, que, quando encarcerados e na ausência desta substancia, passam a utilizar outros tipos de drogas na tentativa de aliviar os problemas relacionados à abstinência, como por exemplo, o uso de: tabaco, maconha, cocaína.

Este estudo mostrou que o abuso no consumo de álcool e as práticas ou tendências criminosas são eventos que não necessariamente acontecem atrelados, devido a circunstancias que ultrapassam os efeitos do álcool etílico no organismo, mas, que, esta substância faz parte de um contexto complexo, como: o meio social e a genética. “uma relação universal de causa e efeito direta entre o uso de álcool etílico e atividades criminosas parece pouco consistente, uma vez que inúmeros outros fatores estão implicados na gênese do crime” (Rigonatti, 2003). Devido a esta complexidade que envolve o consumo de álcool etílico e a criminalidade, cabe a responsabilidade na busca por respostas mais precisas estudos multidisciplinares como, por exemplo: a sociologia, a psicologia, a medicina e, a própria criminologia.

Autor do texto: Junio Luis Ferreira Sena

Bibliografia

RIGONATTI, Sérgio Paulo (coordenador); SERAFIM, Antonio de Pádua Barros; EDGARD, Luiz de. Temas em psiquiatria forense e psicologia jurídica. São Paulo: Vetor, 2003.

SENASP/Ministério da Justiça. Saúde ou doença: de qual lado você está? Atualizada até 16/02/2009. Brasil: Fábrica de cursos, 2009. 38 p.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Gestão de Segurança Pública/UNIBH

Reitora visita secretário de Estado de Defesa Social de Minas Gerais
Confiram: http://www.unibh.br/site/noticias/noticias.php?pivotId=13159

Abraços

Junio Luis

A Tríade da Inteligência

O texto a seguir refere-se à obra de André Soares, o E-Book, A tríade da Inteligência, pertencente à empresa privada “Inteligência Operacional”, que exerce atividades de informação, assessoria, consultoria, cursos e treinamentos sobre Inteligência Operacional e Inteligência de Estado, em todo o território nacional.

A Tríade de Inteligência é uma obra que visa apresentar uma concepção clara da atividade de inteligência, colocando como ponto chave os pilares que a fundamentam, Legalidade, sigilo e ética.

O E – Book em questão é constituído por tópicos, nos quais, o autor procura passo a passo transmitir de forma objetiva o que antecede o trabalho de inteligência e sua funcionalidade propriamente dita. Inicia-se narrando o conceito de inteligência como fator primordial ao entendimento do conteúdo. Em seguida, aborda a inteligência como atividade de Estado, contra inteligência e inteligência operacional, finalizando com a exposição do trabalho da ABIN – Agencia Brasileira de Inteligência.

A Tríade da Inteligência proporciona ao leitor uma visão clara do trabalho de inteligência como sendo uma atividade particularmente dotada de habilidades voltadas à solução de problemas, ou, conforme o autor: “Isto significa que, no contexto da Tríade da Inteligência , “ Inteligência ” é capacidade de encontrar soluções, para problemas de quaisquer naturezas”.

Contudo, ele é cuidadoso ao introduzir o tema, para isso, primeiramente, é definido aos leitores o conceito de “inteligência”. Para ser preciso na exposição do assunto, André Soares lança mão de diferentes fontes do conhecimento, como, o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, a Psicologia, a Filosofia, as Artes e o Ramo dos Negócios.

Após explorar o tema “inteligência”, o autor afirma que, “inteligência é uma condição inerente ao ser humano, e que “atividade de inteligência é sua aplicação efetiva em casos concretos. Em seguida é abordado o contexto da “inteligência de Estado”, como sendo uma denominação mais técnica para tratar das “atividades de inteligência” exercida pelos Estados constituídos. Concomitantemente, apresenta-se o tema “contra inteligência”, é explicada, que, esta, é uma atividade voltada para a proteção dos sistemas de interesse. Em seqüência, ele aborda as “operações de inteligência”, frisando ser a parte mais importante do serviço de inteligência. É no serviço de inteligência que a tríade da inteligência se encontra, como sendo a base de sustentação e validação das atividades de inteligência: Legalidade, sigilo e ética. Tendo, arranhado ou perdido algum destes pilares, as ações de inteligência estarão fadadas a nulidade e sanções decorrentes das legislações presentes nos estados democráticos de direito, ressalta o autor. Para justificar, Soares alega que os maiores problemas advindos dos serviços de inteligência estão diretamente ligados ao descontrole desse segmento.

Ao finalizar a obra, André Soares destaca a Agencia Brasileira de Inteligência– ABIN, como sendo órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN, instituído pela lei 9883 de 07 de dezembro de 1999.

Tal obra é notória, uma vez que, para garantir com eficiência os serviços essenciais e constitucionais de Estado, os “serviços de inteligência” devidamente apoiados na tríade da inteligência: Legalidade, sigilo e ética, garantirão o sucesso de todos os trabalhos que envolvam informações sigilosas, importantes e acima de tudo, de interesse exclusivo da organização, sem que tais “serviços” sejam “derrubados” pelas mais diversas faces da ilegalidade e irregularidade.

Logo, o texto de André Soares é objeto de leitura de todos os estudantes e agentes públicos que visão compreender a “inteligência” agindo em conjunto com a tríade que sustenta as ações dos “serviços de inteligência” nos estados democráticos de direito.


André Soares é Mestre em Operações Militares e experiente consultor em Inteligência de Estado. Possui formação, qualificação e atuação de excelência, especialmente em Inteligência, Contra Inteligência e Operações de Inteligência. É Diretor - presidente da empresa “Inteligência Operacional”. www.inteligenciaoperacional.com

O autor da resenha
Junio Luis Ferreira sena
Graduando em Gestão de Segurança Pública pelo Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH

terça-feira, 23 de março de 2010

CBN - A rádio que toca notícia - Jornal da CBN

CBN - A rádio que toca notícia - Jornal da CBN

Caros amigos contribuindo com assuntos pertinentes à segurança pública com cidadania e através da CBN repasso estas informações sobre o sistema prisional brasileiro.

Abraços

Junio Luis Ferreira Sena
Graduando em Gestão de Segurança Pública/UNIBH

CBN - A rádio que toca notícia - Fato em Foco

CBN - A rádio que toca notícia - Fato em Foco

Prezados leitores. Está é uma excelente entrevista que trata assuntos pertinentes ao sistema Prisional Brasileiro.

domingo, 7 de março de 2010

“Só a diferença choca”

Esta análise trata do filme “o oitavo dia” de Jaco van Dormael, um drama, que conta a história de um empresário (Harry) sufocado pela rotina do trabalho e conflitos familiares, mas que toma novos rumos ao encontrar o personagem (Georges) portador de síndrome de down.

O filme retrata o cotidiano de Harry que não diferente da vida real, trás para o espectador a conceito do trabalho com ferramenta básica para a sobrevivência do homem sendo abafada pela rotina angustiante de viver para trabalhar. Resultado desta distorção social, trás para o ator o efeito colateral dramático em sua vida familiar, o desprezo dos filhos, fim do casamento, etc.

Paralelamente, é mostrado a história de Georges, portador de síndrome de down que após perder sua mãe, foi abandonado pelos demais familiares passando a viver em um instituto para portadores de necessidades especiais. No filme é notório observar que naquela região e naquele determinado espaço de tempo as pessoas consideradas normais não se preocupam muito com os “diferentes”, fato este que se confirma quando logo no início Georges deixa o instituto e parte só em busca da sua mãe, que por sinal havia falecido há alguns anos.

Perdido na estrada, Georges é por acaso, encontrado por Harry, que o leva para um hospital, mas não consegue interná-lo. A partir daí, os dois começam a se interagir e Harry começa a viver forçadamente em outra realidade, marcada pelas diferenças existentes entre os seres humanos. Até o encontro com Georges, Harry levava uma vida marcada pela rotina, passando a maior parte de seu tempo junto de pessoas socialmente similares a ele, fazendo as mesmas coisas, preso no trânsito, distanciamento dos familiares, etc. Totalmente diferente do comportamento de Harry é Georges, que devido suas limitações psíquicas enxerga o mundo de forma mais colorida, mágica e acima de tudo, dócil.

Não é de se estranhar que no princípio a convivência entre ambos é marcada por desavenças devido às diferenças comportamentais. Singular a esta realidade, Harry enfrenta mais problemas familiares, momento este, em que a companhia de Georges passa a ser fundamental para que Harry comece a enxergar que algo de muito serio está ocorrendo em sua vida, e que mudanças precisam ser tomadas urgentemente.

Lidar com mudanças não é algo fácil, mas à partir do momento que Harry passa a observar o comportamento de Georges e seus amigos também portadores de síndrome de down, ele passa a enxergar o mundo de outra forma. Percepção que o leva a tomar outras atitudes muito mal interpretadas pelas pessoas do seu meio social, mas que começam a conduzi-lo a um melhor estado de vida.

Enfim, através do censo comum da psicologia, é notória a observação de que o comportamento social influencia muito no comportamento individual, e como o mundo capitalista e globalizado faz com que as pessoas se distanciem de si mesmas e de seus laços familiares. Através deste censo, pode-se começar a pensar em como as pessoas conseguem conceituar um comportamento como sendo “normal”. Talvez várias correntes de pensamento possam surgir, por exemplo, normal é fazer o que os outros fazem, é fazer o que te dá prazer, é ser diferente da maioria. Cientificamente, estas respostas são mais bem esclarecidas através da observação comportamental, foco de estudo da psicologia, que individualmente traça perfis, não através do pensamento, este é totalmente subjetivo e inexplorável, mas, de como o individuo age de acordo com suas atitudes em confronto com as influências externas a ele. Ou seja, empiricamente, pode-se dizer que o trabalho do psicólogo é praticamente de caráter observatório/comportamental.



Referência: Filme: "O oitavo dia", de
Jaco van Dormael.
O autor do texto: Junio Luis Ferreira Sena

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Amigos e amigas, recebi esta mensagem de um amigo e fiz questão de analisá-la bem, podem confiar, são ótimos conselhos. Podem copiá-la e repassem.

Abraços

Junio Luis Ferreira Sena
Graduando em Gestão de Segurança Pública/UNIBH


Leiam é importante......


Conselhos de uma DELEGADA IMPORTANTÍSSIMO!


Conselhos dirigidos às mulheres, mas válidos aos homens também!
Atenção nunca é demais!
Devemos estar sempre atentas!
A mulher que elaborou o conteúdo deste e-mail é Diretora de uma
E
mpresa de Segurança no RJ e foi aconselhada por uma delegada após
registrar um Boletim de Ocorrência.

VOCÊS HOMENS QUE GOSTAM DAS SUAS MULHERES,
VOCÊS MULHERES QUE GOSTAM DOS SEUS H0MENS:

1. Se um dia você for jogada dentro do porta-malas de um carro, chute
os faróis traseiros até que eles saiam para fora, estique seu braço
pelos buracos e comece a gesticular feito doida.
O motorista não verá você, mas todo mundo verá.
Isto já salvou muitas vidas.

2. Os três motivos pelos quais as mulheres são alvos fáceis para atos
de violência são:

a. Falta de atenção.
-Você TEM que estar consciente de onde você está e do que está
acontecendo em volta de você.

b. Linguagem do corpo.
-Mantenha sua cabeça erguida, e permaneça em posição ereta, jamais
tenha uma postura "frágil".

c. Lugar errado, hora errada.
- NÃO ande sozinha em ruas estreitas, nem dirija em bairros
mal-afamados à noite.

NUNCA FAÇA ISSO!

As mulheres têm a tendência de entrar em seus carros depois de fazerem
compras, refeições, e sentarem-se no carro (fazendo anotações em seus
talões de cheques, ou escrevendo em alguma lista, ou ainda conferindo
o ticket de compra). NÃO FAÇA ISSO!

O bandido estará observando você, e essa é a oportunidade perfeita
para ele entrar pelo lado do passageiro, colocar uma arma na sua
cabeça, e dizer a você onde ir.

No momento em que você entrar em seu carro, trave as portas e vá
embora, não fique ajeitando o cabelo, ou passando batom...

3. Algumas dicas acerca de entrar em seu carro num estacionamento ou
numa garagem de estacionamento:

a. Esteja consciente: olhe ao redor, olhe dentro de seu carro, olhe no
chão dianteiro e traseiro de seu carro, olhe no chão do lado do
passageiro, e no banco de trás.

b.Se ao lado da porta do motorista do seu carro, estiver estacionada
uma Van Grande, entre em seu carro pela porta do passageiro.
A maioria dos assassinos que matam em seqüência atacam suas vítimas
empurrando-as ou puxando-as para dentro de suas Vans na hora em que
as mulheres estão tentando entrar em seus carros.

c. NUNCA deixe para procurar as chaves do seu carro, quando estiver
parada em frente a porta dele.

Diriga-se ao veículo com a chave em punho, pronta para abrir a porta e
dar a partida. Observe os carros ao lado do seu.

Se uma pessoa do sexo masculino estiver sentado sozinho no assento do
carona do carro dele que FICA mais próximo do seu carro, você fará
bem em voltar para o shopping, ou para o local de trabalho, e pedir a
um segurança ou policial para acompanhar você até seu carro.

É SEMPRE MELHOR ESTAR A SALVO DO QUE ESTAR ARREPENDIDO,
não tenha
vergonha de pedir ajuda.


4. Use SEMPRE o elevador ao invés das escadas.
(Escadarias são lugares horríveis para se estar só, são lugares
perfeitos para um crime).


5. As mulheres, estão sempre procurando ser prestativas.

PARE COM ISSO!


Essa característica poderá resultar em que você seja assassinada!

Um assassino seqüencial, homem de boa aparência, com boa formação
acadêmica, declarou em seu depoimento que SEMPRE explorava a
simpatia e o espírito condescendente das mulheres. Ele andava com uma
bengala ou mancava, e conseqüentemente pedia 'ajuda', para
entrar ou sair de seu carro, e era nesse momento que ele raptava sua
próxima vítima.

Durante o dia, ande de óculos escuros. O agressor nunca saberá para
onde você esta olhando.

Celular: só em lugar seguro.
Gostaria que você encaminhasse este e-mail a todas as pessoas que você conhece.

O mundo em que vivemos está cheio de gente louca, vamos nos ajudar!